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quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

A história do profeta Elias

 Elias nasceu na cidade de Tisbe, ele foi levando por Deus como um profeta para confrontar a idolatria em que vivia o povo de Israel. Governado pelo rei Acabe e sua esposa Jezabel os israelitas se afastaram do Deus vivo e começaram a adorar Baal.


Certo dia Elias encontrou Acabe e falou:

– Certamente o Senhor Deus de Israel não trará mais chuva a Israel nos próximos anos. A chuva voltará apenas mediante a minha palavra.

Depois disso, Deus pediu que ele Elias fosse para o riacho de Querite (que ficava a leste do rio Jordão). Lá ele seria alimentado por corvos e beberia a água do riacho.

Elias fez como o Senhor lhe ordenou e sobreviveu as margens do riacho por algum tempo, até que este secou porque não chovia mais sobre a terra. Deus ordenou que Elias fosse para Serepta para encontrar-se com uma viúva, ela haveria de alimentá-lo.

A viúva de Sarepta

Quando Elias chegou em Sarepta encontrou a viúva e lhe pediu:

– Você pode me trazer um pouco de água e um pedaço de pão?

Mas ela respondeu:

– Meu senhor, tenho apenas um pouco de farinha e óleo em meu jarro. Eu estava aqui recolhendo alguns gravetos para preparar uma refeição para mim e para meu filho, iríamos comer e depois morrer, pois não temos mais comida.

Elias então disse a viúva:

– Não tenha medo. Vá para casa e faça um pequeno bolo com o que você tem e traga pra mim e depois cozinhe para si e para seu filho. Porque assim diz o Senhor:

A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. ( I reis 17:14)

Ela fez conforme tudo que Elias tinha orientado e de fato, seu azeite e sua farinha não acabaram.

Algum tempo depois, o filho da viúva ficou muito doente e veio a morrer. A viúva muito triste falou ao profeta:

– O que foi que eu fiz homem de Deus? Você veio a minha casa para lembrar dos meus pecados e matar meu filho?

Elias levou o menino morto para o quarto onde estava hospedado e o deitou na cama. Então clamou ao Senhor:

Ó Senhor meu Deus, também até a esta viúva, em cuja casa estou, afligiste, matando-lhe seu filho? ( I reis 17: 20)

Então ele se deitou sobre o menino três vezes e pediu que Deus lhe restaurasse a vida. Deus ouviu a oração de Elias e reviveu o menino. Elias devolveu o filho a mãe e está declarou:

– Agora sei que tu és de fato homem de Deus!

Obadias e os 100 profetas

Passado três anos de seca Deus pediu que Elias se apresentasse a Acabe, pois tinha decidido que iria mandar chuva outra vez. Elias foi encontrar-se com o rei.

Naquele tempo o rei acabe pediu ajuda para Obadias um dos responsáveis pelo palácio para administrar a quantidade de comida que ainda tinha sobrado na cidade. Obadias era um homem muito temente a Deus, ele conseguiu esconder 100 dos profetas do senhor em cavernas, pois Jezabel estava em uma campanha para extermínio de todos os profetas.

Os dois altares e a resposta de Deus

O rei Acabe e Obadias se dividiram em uma jornada para procurar o que restou de comida nos territórios do reino. Quando Obadias estava em sua jornada ele encontrou Elias, ajoelhou-se diante dele e disse:

– És tu mesmo Elias?

– Sou. Vá dizer ao seu senhor Acabe que eu estou aqui e desejo falar com ele.

Obadias dirigiu-se a Acabe e passou a informação. Quando Acabe encontrou a Elias lhe disse:

– É você mesmo? O perturbador de Israel?

Depois de derrotar os profetas de Baal, Elias disse a Acabe:

– Acho melhor você ir comer e beber, pois já ouço o barulho da chuva.

Elias subiu ao monte Carmelo com seu ajudante, se ajoelhou e ordenou que o ajudante olhasse em direção ao mar:

– Não há nada lá – disse o ajudante

Sete vezes Elias mandou “Volte para ver”

Na sétima vez o ajudante disse:

– Vejo uma pequena nuvem do tamanho da mão de um homem.

– Vá avisar a Acabe que prepare o seu carro e desça para Jezreel antes que a chuva o impeça.

Pouco depois disso, nuvens escuras apareceram no céu e começou a chover fortemente. Acabe partiu para Jezreel.

O poder de Deus veio sobre Elias e este correu à frente da carruagem de Acabe até chegar a Jezreel, calcula-se que a distância que Elias percorreu era de mais ou menos 30 quilômetros.

A perseguição

Então Acabe contou a Jezabel tudo o que Elias tinha feito e como tinha matado os profetas de Baal. Jezabel ficou furiosa e mandou um mensageiro dizer a Elias:

– Que os deuses me punam se amanhã a esta mesma hora eu não fizer com você o que você fez com os profetas de Baal.

Elias sentiu medo e fugiu, caminhou para o deserto e parou embaixo de uma árvore. Orou dizendo:

– Chega, não aguento mais. Senhor, tira a minha vida!

O profeta dormiu embaixo da árvore e um anjo o acordou e tocou nele dizendo:

– Levanta e come Elias.

Ele se levantou e encontrou uma porção de pães assados e uma jarra de água a seus pés, comeu e voltou a dormir. Então o anjo apareceu novamente dizendo:

– Come e bebe porque tua viagem será muito comprida.

Elias comeu novamente e fortalecido viajou quarenta dias e quarenta noites até chegar no monte Horebe e entrar em uma caverna para passar a noite.

Quando estava ali Deus falou com ele dizendo:

– O que você está fazendo aqui Elias?

Ele respondeu:

– Senhor, tenho sido muito dedicado por ti e pela tua casa. Mas os Israelitas quebraram os teus altares e a tua aliança e mataram os teus profetas. Somente eu sobrei e agora procuram também tirar-me a vida.

Então Deus disse:

– Elias fique no monte, na minha presença, porque vou passar diante de ti.

Então veio um vento forte e despedaçou muitas rochas, mas Deus não estava nesse vento.

Depois veio um terremoto, mas Deus não estava no terremoto.

Depois do terremoto surgiu um fogo, mas Deus não estava no fogo.

E depois do fogo veio um suspiro em uma brisa suave. Quando Elias ouviu a brisa saiu da caverna e tapou o rosto com suas vestes e uma voz lhe perguntou:

– O que você está fazendo aqui Elias?

Vai, volta pelo teu caminho para o deserto de Damasco; e, chegando lá, unge a Hazael rei sobre a Síria. Também a Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei de Israel; e também a Eliseu, filho de Safate de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar. E há de ser que o que escapar da espada de Hazael, matá-lo-á Jeú; e o que escapar da espada de Jeú, matá-lo-á Eliseu. Também deixei ficar em Israel sete mil: todos os joelhos que não se dobraram a Baal, e toda a boca que não o beijou. (1 Reis 19:15-18)

O chamado de Eliseu

Elias encontrou Eliseu arando um campo e jogou sua capa sobre ele. Eliseu pediu para que o profeta apenas o deixasse despedir-se de seus parentes. Elias permitiu e Eliseu se tornou seu auxiliar a partir de então.

A profecia contra o rei Acazias

Depois da morte de Acabe, seu filho, Acazias passou a reinar sobre Israel. Certo dia, Acazias caiu da sacada de seu palácio e ficou muito ferido, então mandou os mensageiros consultarem Baal-Zebube, deus de Ecrom, para saber se ele se recuperaria.

Mas o anjo de Deus falou com o profeta Elias dizendo:

Levanta-te, sobe para te encontrares com os mensageiros do rei de Samaria, e dize-lhes: Porventura não há Deus em Israel, para irdes consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?

E por isso assim diz o Senhor: Da cama, a que subiste, não descerás, mas sem falta morrerás. 2 Reis 1:3,4

Então Elias partiu e informou os mensageiros sobre a palavra que havia ouvido do Senhor. Ao chegar essa notícia aos ouvidos do rei Acazias este mandou 50 soldados irem buscar a Elias.

Elias se encontrava no alto de um monte quando os soldados o chamaram:

– Homem de Deus! O rei ordena que tu desças

Respondeu Elias:

– Se sou homem de Deus que desça fogo dos céus e consuma você e seus cinquenta soldados.

E nesse momento fogo desceu dos céus e consumiu os soldados.

O rei Acazias ao saber disso mandou mais cinquenta soldados e de novo fogo dos céus desceu e consumiu os soldados. Um terceiro grupo foi enviado, mas desta vez o oficial responsável se ajoelhou ao se aproximar de Elias e clamou pela própria vida:

– Homem de Deus tem piedade de mim e dos meus cinquenta homens!

Um anjo falou a Elias “Acompanhe-o não tenha medo dele!” E Elias foi encontrar-se com o rei e anunciou o que já havia profetizado antes. Acazias morreu exatamente segundo a palavra de Elias.

Elias é levado aos céus

Elias e Eliseu pararam as margens do rio Jordão. Então Elias tirou seu manto enrolou ele e bateu na água duas vezes. As águas se dividiram e eles passaram pelo meio do rio, em terra seca. Ao chegar do outro lado Elias disse a Eliseu:

– O que eu posso fazer por você antes que eu seja levado?

– Faz de mim o principal herdeiro do teu espírito, me dê a porção dobrada do teu espírito profético – respondeu Eliseu.

Elias afirmou que se Eliseu visse o seu arrebatamento o seu pedido seria atendido, caso o contrário, não seria.

De repente enquanto caminhavam apareceu um carro de fogo puxado por cavalos de fogo e levou a Elias. Eliseu observou todas essas coisas e disse:

– Meu pai, meu pai, tu eras como os carros de Israel, e os seus cavaleiros! (2 Reis 2:12)

A unção de Elias repousou sobre Eliseu e este nunca mais o viu.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

A história de Rute

 



Na época dos juízes, houve uma fome muito severa na terra e por causa disso um homem chamado Elimeleque, que morava em Belém se mudou com sua família para as terras dos Moabitas. Depois de algum tempo, Elilmeleque morreu e sua esposa Noemi ficou sozinha com os dois filhos. Eles se casaram com mulheres moabitas, uma delas de nome Orfa e outra de nome Rute. A família passou quase dez anos na terra dos moabitas e depois de algum tempo os filhos de Noemi também morreram.

Noemi ficou sabendo que Deus havia abençoado novamente a terra dos hebreus, dando-lhes alimentos e decidiu voltar. Ela falou as suas noras:

Ide, voltai cada uma à casa de sua mãe; e o Senhor use convosco de benevolência, como vós usastes com os falecidos e comigo. O Senhor vos dê que acheis descanso cada uma em casa de seu marido. Rute 1:8,9

Mas elas começaram a chorar e a dizer:

– Não Noemi, nós vamos te acompanhar!

Mas Noemi insistia:

Voltai, minhas filhas. Por que iríeis comigo? Tenho eu ainda no meu ventre mais filhos, para que vos sejam por maridos? Rute 1:11

Elas começaram a chorar em voz alta e Orfa beijou Noemi e se despediu, depois seguiu caminho para sua terra. Mas Rute permaneceu com sua sogra e lhe disse:

Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus. Rute 1:16

Noemi então aceitou a companhia de Rute e as duas seguiram caminho para Belém. Quando chegaram à cidade todo povo veio as ver e as mulheres perguntavam “ será que está é Noemi?”

Noemi respondeu:

– Não me chamem mais de Noemi ( que quer dizer suavidade, agradável) mas de Mara( que quer dizer amargura) porque o Senhor tornou a minha vida muito amarga. Parti de mãos cheias e agora retorno de mãos vazias.

Noemi e sua nora chegaram a Belém no começo da colheita de cevada.

Os campos de Boaz

Na cidade havia um parente de Noemi por parte de seu marido, o nome dele era Boaz. Boaz era um homem muito rico e influente.

Rute disse a sua sogra:

– Noemi, hoje eu vou tentar encontrar algum campo para colher, talvez me deixem recolher as espigas que sobram pelo caminho.

– Vá minha filha – respondeu Noemi

Então ela foi e entrou bem na plantação de Boaz.

Boaz estava passando por ali na ocasião e saudou aos seus servos

– Deus esteja com vocês ! – ele disse. E acrescentou: De quem é aquela moça?

O seu servo respondeu:

– Ela acabou de chegar de Moabe com Noemi e me pediu que deixasse recolher as espigas que sobram da nossa colheita.

Então Boaz se dirigiu a Rute e falou com ela com bondade:

– Minha filha, colha as espigas sempre aqui na minha terra, junte-se as minhas servas.

Ela se ajoelhou e perguntou:

– Por que o senhor está sendo tão bom comigo? Justo eu que sou uma estrangeira?

Boaz respondeu:

– Contaram-me o que você tem feito pela sua sogra Noemi, como você deixou sua terra e a acompanhou. Que Deus te dê descanso, paz e refúgio sobre suas asas.

E assim Rute colheu no campo de Boaz até o sol se pôr. E Boaz passou a ser muito bondoso para com ela, dando-lhe comida e ordenando aos seus servos que a tratassem bem.

Ela chegou em casa carregada de suprimento. Noemi perguntou:

– Onde você trabalhou? Bendito seja aquele que se importou com você!

Então Rute contou tudo a sua sogra e esta exclamou:

Bendito seja ele do Senhor, que ainda não tem deixado a sua beneficência nem para com os vivos nem para com os mortos. Disse-lhe mais Noemi: Este homem é nosso parente chegado, e um dentre os nossos remidores. Rute 2:20

A ideia de Noemi

Passado algum tempo Noemi disse a Rute:

– Minha filha! Quero muito encontrar um lar para você. Você ainda pode casar de novo! Você sabe que Boaz é meu parente? Essa noite ele estará cuidando da cevada! Faça o seguinte, se lave bem, coloque um perfume e sua melhor roupa e vá encontrá-lo. Depois que ele tiver comido e bebido destape os pés dele e deite-se.

– Farei tudo conforme você está me dizendo – respondeu Rute.

Rute seguiu todas as orientações que sua sogra lhe dera. Depois de comer e beber Boaz se deitou perto do monte de grãos e no meio da noite acordou e ficou assustado em ver uma mulher aos seus pés e perguntou:

– Quem é você?

– Sou sua serva R ute, estenda a sua capa sobre mim, porque você é parente da minha sogra e pode casar-se comigo.

Boaz respondeu:

Bendita sejas tu do Senhor, minha filha; melhor fizeste esta tua última benevolência do que a primeira, pois após nenhum dos jovens foste, quer pobre quer rico. Agora, pois, minha filha, não temas; tudo quanto disseste te farei, pois toda a cidade do meu povo sabe que és mulher virtuosa. Porém agora é verdade que eu sou remidor, mas ainda outro remidor há mais chegado do que eu.Fica-te aqui esta noite, e será que, pela manhã, se ele te redimir, bem está, que te redima; porém, se não quiser te redimir, vive o Senhor, que eu te redimirei. Deita-te aqui até amanhã. Rute 3:10 – 13

Rute ficou deitada aos pés de Boaz até o dia clarear. Pela manhã, Boaz se certificou de que ninguém a visse na eira (pois poderiam pensar algo inconveniente) e entregou a ela uma grande porção de alimento.

Quando Rute chegou em casa Noemi perguntou:

– Como foi minha filha?

Ela lhe entregou o alimento que Boaz havia lhe dado e lhe contou tudo que aconteceu. Noemi respondeu:

– Agora espere Rute, porque ele não vai descansar enquanto não decidir essa questão. Aposto que ele vai resolver isso hoje mesmo!

O resgate de Rute

Quando Boaz foi a cidade encontrou o resgatador que era mais próximo que ele no parentesco com Noemi. Boaz negociou com o homem que acabou recusando receber Rute como esposa.

Ele então convocou os líderes da cidade para servirem de testemunha e estes afirmaram;

– Somos testemunhas Boaz! Que o Senhor abençoe você e sua noiva!

Boaz casou-se com Rute e Deus deu um filho a Rute através dessa união. Noemi segurou a criança no colo e passou a cuidar dela. As mulheres da vizinhança passaram a dizer:

– Noemi tem um filho! Ele a sustentará na sua velhice, pois é filho da sua nora que a ama!

O filho de Rute com Boaz se chamou Obede, este foi o pai de Jessé, pai do rei Davi.

E assim termina a história de Rute na Bíblia.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

A história de Daniel

 

Daniel foi um homem retirado de sua terra natal ainda jovem para trabalhar em um dos lugares mais hostis em que poderia se encontrar: o palácio do império inimigo. Mas mesmo em um lugar tão adverso ele se levantou corajosamente, como um lembrete em meio à cultura pagã vigente: Há apenas um só Deus, e não há quem possa impedir a sua mão.

Data: Por volta de 606 A.C

Contexto histórico: O rei da babilônia, Nabucodonosor, conquistou o território de Jerusalém. Levou cativou o rei e muitos utensílios da casa do Senhor para colocar na casa de adoração do seu próprio deus.

Daniel chega a Babilônia

Nabucodonosor ordenou que o chefe dos seus eunucos trouxesse para o palácio jovens bonitos, instruídos e que fizessem parte da classe mais alta da população de Jerusalém. Entre esse grupo estava Daniel e seus amigos: Hananias, Misael e Azarias.

Assim que chegaram ao palácio do rei, o chefe dos eunucos trocou-lhe os nomes. Daniel passou a ser chamado de Beltessazar, Hananias de Sadraque, Misael de Mesaque e Azarias de Abede-Nego. E foi oferecido a eles todas as bebidas e comidas que eram servidas a mesa do próprio rei. O acordo é que eles servissem a corte durante três anos e fossem preparados para ao final entrar na presença do rei e prestar auxílio.

Daniel decidiu que não iria se contaminar com a cultura babilônica e pediu ao chefe dos eunucos que não o obrigasse a comer a comida do rei e a beber o seu vinho. Deus abençoou Daniel enchendo o coração do chefe de compreensão e este disse:

– Tenho medo do rei, o que será de mim se ele descobrir que você e seus amigos não estão comendo o alimento ordenado? E se o rei perceber que vocês estão mais fracos e magros? A culpa cairá sobre a minha cabeça!

Daniel pediu ao chefe que fosse feita uma experiência de dez dias, ele e seus amigos iriam comer apenas legumes e água e ao final do período o chefe deveria compará-los com os outros jovens que comiam das iguarias do rei e decidir segundo o que bem lhe parecia.

O chefe dos eunucos concordou e no final dos dez dias a aparência de Daniel e de seus amigos era melhor do que a dos outros jovens. Com isto eles puderam continuar sua alimentação com legumes e água.

Deus deu aos quatro jovens muito conhecimento e inteligência, mas a Daniel ainda deu inteligência de interpretar sonhos e visões.

Daniel e seus amigos passam a servir ao rei

Ao se completar o tempo de três anos eles foram trazidos a presença do rei, foram considerados mais inteligentes e sábios do que todos os outros jovens e foram chamados a realizar serviços diretamente para o Nabucodonosor. O rei os considerava mais sábios do que todos os feiticeiros e encantadores que havia no seu reino.

A Interpretação do sonho de Nabucodonosor

Certo dia o rei Nabucodonosor teve um sonho e ficou muito perturbado com este sonho. Mandou chamar todos os seus feiticeiros e magos e exigiu:

– Interpretem o meu sonho! Aquele que interpretar eu lhe darei dádivas e muitos presentes mas, se ninguém for capaz de dar interpretação, mandarei matar todos vocês e destruir as suas casas. Os magos pediram ao rei que contasse o seu sonho, mas ele se recusou a contar!

– Vocês estão querendo me enganar! Contem vocês o meu sonho e eu saberei que vocês tem a interpretação!

– O que o rei pede é impossível! Só os deuses podem dar-te uma resposta! – responderam os magos

Com isso Nabucodonosor ficou irado e mandou matar todos os magos, feiticeiros e sábios do reino da Babilônia.O decreto foi lançado através dos guardas e chegou aos ouvidos de Daniel. Então este se apressou e falou com o rei:

– Nabucodonosor, espere. Você pode me dar um tempo? Eu vou revelar o seu sonho e sua interpretação.

O rei aceitou a proposta de Daniel e este correu para pedir a oração de seus amigos. Daniel e seus amigos oraram a Deus e pediram por misericórdia, então Deus revelou o mistério ao jovem em uma visão no meio da noite.

No outro dia Daniel procurou o rei com essas palavras:

O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos nem astrólogos o podem revelar ao rei; mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias. O teu sonho e as visões da tua cabeça, quando estavas no teu leito, são estas: Estando tu, ó rei, no teu leito, surgiram-te pensamentos a respeito do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela mistérios te revelou o que há de ser. E a mim me foi revelado este mistério, não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses as cogitações da tua mente. (Daniel 2:30)

Então Daniel descreveu o sonho de Nabucodonosor, ele havia sonhado com uma grande estátua, a sua cabeça era de ouro fino, o peito e os braços de prata, o ventre e os quadris de bronze; as pernas de ferro, os pés em parte de ferro em parte, de barro. Quando estava olhando, uma pedra foi cortada sem auxílio de mãos, feriu a estátua nos pés de ferro e de barro e os estraçalhou. Então, foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro. Mas a pedra que feriu a estátua se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra.

Depois de descrever o que o rei havia sonhado Daniel contou sua interpretação:

– Tu,ó rei, tu és a cabeça de ouro. Depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra. O quarto reino será forte como ferro; o ferro quebra todas as coisas, assim ele fará em pedaços e esmiuçará.

– Quanto ao que viste dos pés e dos artelhos, em parte, de barro de oleiro e, em parte, de ferro, será esse um reino dividido; contudo, haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro. Por uma parte, o reino será forte e, por outra, será frágil. Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão mediante casamento. Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo durará para sempre, como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro.

Então, o rei Nabucodonosor se inclinou, e se prostrou rosto em terra perante Daniel, e ordenou que lhe fizessem oferta de manjares e suaves perfumes. Disse o rei a Daniel: Certamente, o vosso Deus é o Deus dos deuses, e o Senhor dos reis, e o revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério. (Daniel 2:47)

O rei Nabucodonosor tornou Daniel muito grande perante o reino, lhe deu muitos presentes e lhe tornou governador. A pedido de Daniel nomeou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego como administradores da Babilônia.

Os companheiros de Daniel e a fornalha ardente

Confira esse trecho da história com detalhes no artigo: Sadraque, Mesaque e Abede na fornalha ardente.

O segundo sonho de Nabucodonosor

O rei Nabucodonosor sonhou ainda uma segunda vez. Tentou conseguir uma interpretação de seus feiticeiros, mas não obteve sucesso e mandou chamar Beltessazar (Daniel) porque dizia que nele estava o espírito dos deuses santos. O rei contou o sonho a Daniel:

– Havia uma árvore muito grande, sua copa abrigava pássaros e suas raízes eram enormes. De repente, um anjo desceu dos céus e decretou “derrubem a árvore e cortem os seus galhos e suas folhas, mas deixem o toco e as raízes presos ao chão com ferro, em meio a relva do campo, até que se passem 7 tempos.

Daniel ficou perturbado ao ouvir o sonho do rei e contou com pesar a sua interpretação:

– Meu Senhor, quem dera o sonho fosse sobre os teus inimigos. A árvore é você mesmo. Deus vai lhe expulsar do convívio dos homens e você irá comer o alimento dos animais do campo e o orvalho dos céus te molhará até que se cumpram 7 tempos. Com isso você irá reconhecer que há apenas um Deus nesse mundo, e que não há ninguém mais poderoso do que Ele, o governo das nações Ele dá a quem desejar dar.

Tudo aconteceu conforme Daniel havia dito, Nabucodonosor enlouqueceu, foi expulso do seu reinado e passou a viver entre os animais e os seus pelos cresceram nas costas. Os 7 tempos se cumpriram e o entendimento de Nabucodonosor voltou. O antigo rei reconheceu enfim, que Deus estava acima de todos e adorou dizendo:

O seu domínio é um domínio eterno, e o seu reino é de geração em geração.

E todos os moradores da terra são reputados em nada, e segundo a sua vontade ele opera com o exército do céu e os moradores da terra; não há quem possa impedir a sua mão, e lhe dizer: Que fazes? (Daniel 4:34,35)

(…)todas as suas obras são verdade, e os seus caminhos juízo, e pode humilhar aos que andam na soberba. (Daniel 4:37)

O banquete de Belsazar e a escrita na Parede

Muitos anos se passaram e Nabucodonosor foi sucedido por seu filho Belsazar. Certa vez, Belsazar preparou um banquete e depois de ter tomado muito vinho mandou que seu servos trouxessem as taças de ouro que Nabucodonosor havia trazido do templo de Jerusalém.

As taças foram trazidas e todos os convidados reais, as mulheres, as concubinas e os amigos do rei beberam nelas louvando aos seus próprios deuses. Mas enquanto bebiam de repente aparecem dedos de mãos humanas e escreviam na parede.

O rei ficou extremamente assustado e pálido e tremia de medo. Aos berros mandou chamar todos os encantadores e videntes do reino, mas ninguém conseguia interpretar o que estava escrito na parede.

Diante disso Belsazar ficou ainda mais atemorizado. Tendo o caso chegado ao conhecimento da rainha esta lembrou de Daniel e o indicou para solucionar o mistério.

Daniel foi levado as pressas para o banquete e o rei lhe disse:

Tenho ouvido dizer a teu respeito que o espírito dos deuses está em ti, e que em ti se acham a luz, e o entendimento e a excelente sabedoria (…) tenho ouvido dizer de ti que podes dar interpretação e resolver dúvidas. Agora, se puderes ler este escrito, e fazer-me saber a sua interpretação, serás vestido de púrpura, e terás cadeia de ouro ao pescoço e no reino serás o terceiro governante.

(Daniel 5:13-16)

Daniel respondeu:

– Guarda os teus presentes para ti mesmo, e dá tuas recompensas a outro eu, porém, irei interpretar a inscrição.

Tu, Beltazar não te humilhaste perante o Deus altíssimo, mesmo sabendo de tudo o que ocorreu com Nabucodonosor você não teve temor e mandou trazer as taças do templo do Senhor e as profanou louvando a deuses de barro, ouro e prata. Por isso Deus enviou essa mão e escreveu na parede essa mensagem contra ti:

MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM.

MENE: Contou Deus o teu reino, e o acabou.

TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta.

PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas.

(Daniel 5:26-28)

Então o rei recompensou a Daniel e o colocou como terceiro homem mais importante no governo do reino. Naquela mesma noite Belsazar foi morto e Dario, o medo, apoderou-se do reino da babilônia com a idade de 62 anos.

O reinado de Dario

Dario nomeou 120 pessoas responsáveis por administrar o império e colocou três supervisores sobre eles, um dos quais era Daniel. Daniel se destacou tanto como supervisor que Dario planejava colocá-lo à frente de todo o governo.

Diante disso, os administradores e os outros dois supervisores procuraram algum motivo para acusar Daniel em sua conduta, mas nada conseguiram. Eles resolveram entre si “nunca vamos encontrar uma acusação contra Daniel, a menos que seja algo relacionado com a lei do Deus dele”.


segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

A história de Caim e Abel

 
Você pode estar pensando que a história de Caim e Abel não tem muita a ver com a sua realidade. Você nunca chegaria ao extremo de matar alguém por pura raiva afinal, não é?


Jesus nos ensinou que essa história tem muito mais a ver conosco do que imaginamos.  Quando nos iramos contra alguém, quando desejamos o seu mal, quando o invejamos… já o assassinamos em nosso coração.

Quem foram Caim e Abel?

Adão e Eva tiveram filhos após serem expulsos do jardim do Éden. Primeiro, Eva concebeu Caim e depois Abel. Abel se dedicava a cuidar de ovelhas e Caim era agricultor.

A morte de Abel

Certo dia Caim ofereceu a Deus alguns produtos de sua agricultura e Abel ofereceu o seu melhor cordeirinho.  Deus se agradou de Abel, mas rejeitou a oferta de Caim. Com isso Caim ficou furioso e teve inveja de seu irmão.

Deus tentou conversar com Caim dizendo:

Por que você está com raiva? Por que anda carrancudo?  Se tivesse feito o que é certo, você estaria sorrindo; mas você agiu mal, e por isso o pecado está na porta, à sua espera. Ele quer dominá-lo, mas você precisa vencê-lo. (Gênesis 4:7)

Depois destas coisas, Caim convidou o seu irmão para ir até o campo e lá o matou.

Deus o encontrou e perguntou:

– Por que você fez isso Caim? O seu irmão da terra clama a mim por vingança. De agora em diante você não colherá mais nada da terra. Você irá andar errante pelo mundo.

Caim respondeu:

– Não vou poder suportar esse castigo, porque quem me encontrar vai me matar, com certeza!

Isso não vai acontecer. Pois, se alguém matar você, serão mortas sete pessoas da família dele, como vingança. (Gn 4:15)

Em seguida Deus lhe colocou um sinal para que se alguém o encontrasse não o matasse.

Caim saiu da presença do Senhor e foi morar em Node (localizado a leste do jardim do Éden).

Por que Deus rejeitou a oferta de Caim e aceitou a de Abel ?

Há muitas especulações a esse respeito.  Listamos abaixo as principais linhas de pensamento:

  • Deus se agradou mais da oferta de Abel porque ele tem uma clara preferência por sacrifícios de carne/sangue do que frutas e verduras. O sangue seria o elemento reconciliador entre Ele e os homens.
  • Abel “fez exatamente o que Deus pediu” em oposição a Caim, que inventou algo de sua própria cabeça.
  • A reação de Deus não tem a ver com o sacrifício, mas com o caráter dos dois homens. De acordo com I João, Caim sempre foi “malvado” e isso justificaria a rejeição que sofreu.
  • A reação de Deus se justifica pela postura do coração de cada um dos irmãos na hora do sacrifício. Abel agiu com fé (Hb 11:4) ao passo que Caim não estava acreditando no significado de seu sacrifício.
  • Deus preferiu Abel porque ele escolheu as primícias, o melhor do que tinha para oferecer, enquanto Caim não.

Obviamente, algumas das hipóteses podem ser compreendidas conjuntamente.

Citações de Caim e Abel em outros lugares da Bíblia:

Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas” (1 Jo 3.11, 12)

Foi pela fé que Abel ofereceu a Deus um sacrifício melhor do que o de Caim. Pela fé ele conseguiu a aprovação de Deus como homem correto, tendo o próprio Deus aprovado as suas ofertas. Por meio da sua fé, Abel, mesmo depois de morto, ainda fala. (Hebreus 11:4)

O assassinato e o conselho de Deus

Algum tempo depois dessa história, Deus escreve, por meio de Moisés, o mandamento “Não matarás”. Esse mandamento regulava a vida do povo de Israel no Antigo Testamento. O julgamento em caso de assassinato também foi proposto por Deus da seguinte forma: aquele que matou também deve ser morto, olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.

Isso servia para regular, por exemplo, a vingança desproporcional, como ocorreu no caso de Lameque que afirmava, se gabando:

Matei um homem por causa de ferimentos que me causara; e uma criança porque me ofendeu. Ora, se Caim é vingado setes vezes, Lameque pode ser, setenta vezes sete!” (Gn 4:23)

O assassinato depois de Jesus

Jesus trouxe ainda mais luz para compreendermos como Deus enxerga o assassinato, ele ensina em seu sermão:

Vocês ouviram o que foi dito aos pais de vocês “Não Matarás”. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se irar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: “tolo” será réu do fogo do inferno

Ou seja, aquele que alimenta ira indevida contra o seu irmão, já o assassinou em seu coração.

Como podemos lidar com a ira

O sentimento que causou a tragédia na história de Caim e Abel foi a ira indomada de Caim. Quando Deus percebeu essa ira ele o advertiu dizendo “o pecado jaz a porta, mas cumpre a ti dominá-lo”.  A ira jamais pode ser senhora da razão.

Todo o ser humano é por natureza violento e competitivo.  Queremos ser melhores e nos  sentir melhores do que os outros. Não suportamos a ideia de nos vermos em uma posição inferior. Como Caim, não conseguimos enxergar o outro “sendo honrado por Deus” em detrimento de nossa própria glória.

O conselho de Deus para nós continua sendo o mesmo:

“cumpre a ti dominar o teu sentimento”.

E tendo feito isso, poderemos viver como verdadeiros irmãos.

A armadura de Deus

 

Precisamos da cobertura de toda a armadura de Deus, assim como um soldado romano, da época de Paulo, precisava armar-se para a batalha: nenhuma parte, ou membro do corpo, podia ficar descoberto! Essa armadura era um conjunto de armas metálicas que protegia o corpo dos guerreiros:

O CINTURÃO DA VERDADE

Sl 15:1-2Sl 91:4Pv 12:17Is 45:19bJo 8:32Rm 2:2Ef 4:151 Jo 2:4.

Cinturão é uma cinta larga, geralmente de couro, em que se penduram armas ou ferramentas. O cinto também é um símbolo de proteção (protege as partes geradoras de vida!). Na luta contra as trevas, se não estamos cingidos com a verdade, nos falta uma parte essencial da armadura! E se não estamos falando e vivendo a verdade, ficamos estéreis, infrutíferos para o Senhor (Jo 15:8).

A COURAÇA DA JUSTIÇA

Gn 18:19Sl 45:7Ef 4:24Ap 19:8.

Couraça é uma armadura defensiva que cobre o peito e as costas (onde ficam os órgãos vitais). O homem cujas práticas são pautadas na justiça é uma pessoa íntegra em sua conduta! Quando a Palavra fala de “justiça”, fala da justiça de fato: a justiça de Deus, pois a justiça humana não passa de “trapo de imundícia” (Is 64:6)!

OS CALÇADOS DA PREPARAÇÃO DO EVANGELHO DA PAZ

“Calcem sapatos que possam fazê-los andar depressa ao pregarem a boa nova da paz com Deus” (BV).

Is 52:7; Is 9:6: O Evangelho da Paz é o Evangelho do Reino, ou seja, a proclamação do governo de Cristo! “O teu Deus reina!” é a mensagem! Este evangelho é de paz porque na medida em que nos submetemos ao governo de Cristo, e esse governo vai aumentando em nós, temos a paz de Cristo governando os nossos corações.

Os pés são a base do corpo; dão sustento e levam o corpo ao seu destino. Os pés representam nosso andar! Calçar os pés com a preparação do evangelho da paz representa o “ide” de Jesus.  Mas não só isso; quer dizer que devemos ir preparados, treinados no evangelho do reino, sem pervertermos o evangelho de Cristo, andando nEle, em santidade de vida (Mt 28:18-20Gl 1:6-7, 11).

O ESCUDO DA FÉ

A fé revela nossa limitação e incapacidade, e por isso mesmo, nossa confiança em Deus, que tudo pode! Além disso, a fé nos protege dos dardos inflamados do maligno; justifica-nos (Rm 5:1); agrada a Deus (Hb 11:6); o justo vive por ela (Hb 10:38); se expressa em obras (o fruto revela a árvore) (Tg 2:17). Vale lembrar que, numa batalha em campo aberto, os soldados ficam mais protegidos dos dardos inflamados lançados pelo inimigo, quando se juntam fazendo seus vários escudos parecerem um só! Quando estamos juntos, nossa fé é aumentada, e assim não somos atingidos tão facilmente.

O CAPACETE DA SALVAÇÃO

O capacete protege a cabeça. Na cabeça está o cérebro, outra parte vital do corpo. No cérebro está o que chamamos de mente, ou os pensamentos. O capacete da salvação protege nossa mente das mentiras do diabo e das influências do mundo (Rm 12:2Is 60:18). Devemos nos revestir da salvação (2 Cr 6:41Sl 132:16)!

A ESPADA DO ESPÍRITO

A Palavra de Deus – a Bíblia –, é muito importante nesta guerra, pois traz cura para as feridas causadas pelo inimigo (Sl 107:20), e também porque corremos risco de morte quando não a conhecemos ou rejeitamos. A pregação da palavra também gera fé nos nossos corações (Rm 10:17); é fiel e digna de toda aceitação (1 Tm 4:9), deve abundar em nós (Cl 3:16); ser bem manejada (2 Tm 2:15) e pregada a tempo e fora de tempo (2 Tm 4:2).

“Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus […]”. Por que temos esta orientação do Espírito de Deus?

Porque estamos em guerra, e nossos inimigos não são carnais, mas espirituais e muito poderosos! Estamos em luta, em plena guerra (uma soma de batalhas)! E nossos inimigos não são pessoas; não são nossos vizinhos, colegas, aqueles que se interpõem no nosso caminho, e muito menos nossos irmãos em Cristo. Definitivamente isto tem que estar bem claro: “[…] embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando nós, sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2 Co 10:3-5).

Contra essa corja de inimigos não podemos lutar de “qualquer jeito”, nem com “qualquer arma”, nem tampouco usarmos “armadura humana” (1Sm 17:38-40)!

Em Atos 19:13-16, vemos que a autoridade delegada por Jesus (Lc 10:19) é estrita aos seus discípulos, àqueles que vivem sob o seu senhorio, àqueles que andam com Ele e, por Ele são enviados (Mc 3:13-14)! Não existe poder mágico nas palavras: “no nome de Jesus”“há poder no sangue de Jesus”! Há poder, sim, no nome de Jesus, mas principalmente, na sua pessoa. Se estamos nEle, Ele agindo através de nós, e nós sob a sua autoridade; aí, sim, os inimigos se submetem! Que fique bem claro: a armadura de Deus é para soldados e discípulos, não para simpatizantes do evangelho!

E para quê ele nos orienta assim?

Para ficarmos livres das ciladas do inimigo! Cilada é uma armadilha; é astúcia, esperteza e engano. Enganar é levar ao erro através de ilusão, disfarce, etc. Satanás não tem poder sobre nós, os filhos de Deus! Por isso, tentará nos induzir ao erro, pois só terá autoridade sobre nós se nos sujeitarmos a ele. A escolha será sempre nossa! Nosso inimigo pode vir disfarçado de um “coração cheio de boas intenções” (Jr 17:9); como um irmão “cogitando das coisas dos homens e não das de Deus” (Mt 16:22-23); pode vir com a palavra de Deus, mas pela metade ou deturpada (1 Tm 4:1-21 Tm 6:3-52 Pe 2:1-2, 17At 17:11); ou até mesmo como um “anjo de luz” (2 Co 11;14). Daí a necessidade de habitarmos (estarmos sempre junto, morando…) no esconderijo do Altíssimo (Sl 91:3) e revestidos de toda a armadura de Deus!

Para resistirmos no dia mau! Uma excelente palavra de Jesus sobre este assunto está registrada em Mateus 7:24-27 todos podemos ser visitados por fortes chuvas, enchentes, tempestades, vendavais, etc. Mas, a nossa salvação estará em sermos praticantes das verdades proferidas por Jesus, e assim estarmos firmados sobre a rocha que sustentará nossa casa em pé!

Para permanecermos inabaláveis após a vitória! Uma guerra é feita de muitas batalhas e lutas. Vestidos de toda a armadura de Deus, sempre que vencermos uma batalha, estaremos firmes e ainda abundantes na obra do Senhor, sabendo que, nEle, nosso trabalho não é vão (1 Co 15:57-58), e a vitória, garantida: “Porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo; e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé. Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o filho de Deus?” (1 Jo 5:4-5). Até que venha a próxima batalha…

E COMO PODEMOS NOS VESTIR DESSA ARMADURA DISPONÍVEL A NÓS TODOS?

O apóstolo nos responde: “Com toda oração e súplica, orando em todo tempo no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”! As palavras que saltam aí são: “oração”, “súplica”, “em todo tempo”, “no Espírito”, “vigiando”, “toda perseverança”, “por todos os santos”.

Aqui aprendemos muitas coisas:

Temos que orar (1 Tm 2:1-4);

Orar sem cessar (1 Ts 5:17);

Mas não orar de qualquer jeito: uma oração nascida e guiada pelo Espírito Santo, que nos assiste na nossa fraqueza e conhece a mente do Pai, e assim pode interceder adequadamente pelos homens (Rm 8:26,27);

Com súplicas. Orar com súplica é orar com humildade, reconhecendo nossa situação de necessitados, de pecadores; é orar e permanecer orando; é não desistir antes de vir a resposta, é ser insistente. É orar segundo a necessidade (Dn 10:2,3Ne 1:4);

Vigiando com toda a perseverança. Significa que não podemos nos dar o luxo de ficarmos “regalados” em oração, afinal estamos em guerra! É mais ou menos “orar com um dos olhos aberto”! E novamente vemos aí a exortação a não desistirmos, a orarmos até o fim (At 1:14);

Por todos os santos! Nossa oração e súplica não pode ser egoísta, voltada apenas para nossos problemas pessoais, pois enquanto buscamos o “Reino de Deus e sua justiça”, as nossas necessidades serão prontamente supridas pelo Senhor (Mt 6:33)!

A maior parte do nosso tempo de oração deve ser destinada à intercessão pelos outros (2 Tm 2:1), conforme o exemplo deixado por Paulo que fazia isso pelos seus amados irmãos (Fp 1:3,4Cl 1:9-121 Ts 1:2-4), certamente sempre guiado em suas orações pelo Espírito Santo de Deus.

Por Aguilar Lopes