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terça-feira, 3 de agosto de 2021

HERESIAS DOS RUSSELITAS, QUE SE CHAMAM DE TESTEMUNHAS DE JEOVÁ

 

UM PEQUENO HISTÓRICO

Os que se chamam "testemunhas de Jeová" se baseiam em teorias humanas iniciadas pelo seu fundador, o americano Charles Taze Russel, que publicou sete livros antes de sua morte em 1916. Logo após, houve uma divisão e o grupo maior seguiu a direção de J.F.Rutherford.

O nome atual desta seita foi primeiro assumido por ela em Columbus, Ohio, em 1931. Em 1981 a Sociedade Torre de Vigia, fundada em 1896 e que é o foco da organização, tinha filiais em mais de 100 países, e desenvolvia sua propaganda em mais de 250. Sua literatura era distribuída em 110 línguas e se tornou em uma grande disseminadora de propaganda e um desafio ao zelo de todo cristão.

Usando de uma interpretação distorcida de certos trechos bíblicos para acomodá-los às suas teorias, eles proselitisam mediante visitas de porta em porta, aproveitando-se da confusão que causam aos que estão menos firmes em sua fé. Eles procuram não se identificar como promotores da seita enquanto não tiverem sua vítima "segura".

Um importante membro da seita que a deixou depois de perceber sua falsidade (W.J.Schnell - Thirty Years a Watchtower Slave) declara: a liderança da Torre da Vigia percebeu que dentro da cristandade havia milhões de cristãos professos que não estavam firmemente alicerçados nas verdades entregues aos santos e que seriam com facilidade extraídos das igrejas e levados a uma organização da Torre de Vigia nova e revitalizada. A Sociedade calculou, corretamente, que esta falta de conhecimento adequado de Deus e a ampla aceitação de meias-verdades no cristianismo iriam ceder grandes massas de homens e mulheres, se o assunto todo fosse atacado de uma maneira sábia, o ataque mantido, e os resultados contidos, e depois usados novamente em um círculo sempre crescente.

Para combater estes inimigos da verdade, cumpre-nos ficar firmes na defesa da fé que uma vez foi dada aos santos (Judas 3), e tomar a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus (Efésios 6:17).

A seguir damos uma relação dos principais enganos ensinados por essa seita:

DISTORÇÃO DO TEXTO BÍBLICO

Embora não tenham chegado ao ponto de introduzir acréscimos à Bíblia, sua doutrina exige que se façam distorções do significado do texto bíblico, mais ou menos sutis. Para acomodá-la às suas teorias, produziram sua própria tradução da Bíblia (2 Coríntios 4:2, 2 Pedro 3:16). A correção desta tradução é negada veementemente por filólogos conhecedores dos textos originais em hebraico e grego.

NEGAÇÃO DA DIVINDADE DE CRISTO

O fundador desta seita, o americano Russell, sustentava que o Senhor Jesus originalmente era uma criatura celeste, a primeira a ser criada por Deus Jeová, e foi seu agente na criação de todas as coisas (Isaías 7:14; 9:6; Miquéias 5:2; Marcos 1:24, João 10:30, 38, 14:9, Hebreus 1:3).

Segundo ensinam, antes de vir ao mundo ele era um ser espiritual perfeito; ao vir ao mundo ele se tornou em um ser humano perfeito (Lucas 1:43, João 10:38, 14:10, Colossenses 2:9); por ocasião da sua consagração, quando foi batizado por João Batista, ele recebeu a garantia da herança de uma natureza divina, quando o Espírito Santo desceu sobre ele; quando morreu, ele abandonou sua humanidade - de uma maneira sobrenatural, seu corpo foi removido do túmulo e ninguém sabe o que aconteceu com ele, e Cristo é outra vez exclusivamente um ser espiritual (Lucas 24:39, João 2:19-22, Atos 2:31,32, l Coríntios 15:17, 1 Timóteo 2:5); por isso ele não vai voltar com corpo humano (Atos 1:11).

NEGAÇÃO DA PESSOA DO ESPÍRITO SANTO

Segundo eles, o Espírito Santo não é uma pessoa, mas apenas o poder de Deus (João 16:7 a 14; Atos 5:3,4; 13:2 e 4). Essa negação, e a do Senhor Jesus, resulta na negação da divina trindade, cuja realidade aparece abundantemente na Bíblia (Gênesis 1:26; 11:7; Isaías 6:8; Mateus 28:19; Lucas 1:35).

INEXISTÊNCIA DO INFERNO

Declaram que o inferno, como lugar de tormento de fogo, onde os pecadores permanecem depois da morte, não existe; é apenas o sepulcro onde os finados dormem até a ressurreição por Deus Jeová (Mateus 5:22,29; 10:28; 18:9; 23:15,33; Marcos 9:43; Lucas 12:5; Tiago 3:6).

EXTINÇÃO DO SER HUMANO

Segundo eles, o ser humano, como os animais e as plantas, desaparece ao morrer: embora criado à semelhança de Deus, toda a humanidade nasce como pecadores e são da terra (Gênesis 35:8; Eclesiastes 12:7; Mateus 10:28, 26:24, Lucas 9:60, 16:23, Efésios 2:1). Aqueles que seguem a Cristo fielmente até a morte herdarão um reino celeste com ele, e as pessoas de boa vontade que aceitam Jeová e se submetem à sua autoridade autocrática vão gozar de uma nova terra: estas duas categorias voltarão à consciência na ressurreição final, e o intervalo entre a morte e a ressurreição eles chamam de "sono da alma".

NEGAÇÃO DA PUNIÇÃO ETERNA

Esta teoria foi criada por eles novamente distorcendo o texto bíblico.

Mas a morte na Bíblia, tanto no grego, como no hebraico, sempre significa separação, nunca extinção ou aniquilação, como eles querem. Por exemplo, quando Adão pecou, ele imediatamente morreu, como Deus havia prevenido, pois sua alma se separou da comunhão de Deus. Assim a humanidade se encontra morta (separada de Deus), e qualquer um pode tornar a viver (reconciliar-se com Deus) mediante o arrependimento e a fé no Senhor Jesus Cristo. Quando a Bíblia fala em morte eterna isto significa separação eterna de Deus, assim como vida eterna significa comunhão eterna com Deus (Isaías 33:14, 66:24; Mateus 3:12; 13:42; 18:8; 25:41; Apocalipse 14:10; 20:10,15; 21:8).

EXTINÇÃO DE SATANÁS

Eles entendem que o destino de Satanás é a aniquilação, com todos os seus seguidores (Apocalipse 20:10).

DISTORÇÃO DAS PROFECIAS

Eles dizem que Jesus Cristo já voltou ao mundo em espírito, invisível e desconhecido por todos salvo os fiéis no ano 1914, que ele expeliu Satanás do céu, está agora desmantelando a organização de Satanás e estabelecendo seu reino milenar teocrático com sede em Brooklyn, Nova Iorque. Eles se chamam de "testemunhas de Jeová" porque pensam que são os 144.000 selados por Deus conforme o Apocalipse!(Mateus 24:30; 26:64; Lucas 21:27; Atos 1:11; Judas 14,15; Apocalipse 1:7)

INFIDELIDADE AO GOVERNO SECULAR

Eles assumem que, como o reino de Jeová é supremo, ele não é compatível com qualquer governo humano atual, que, segundo eles, é a organização visível do diabo, e qualquer fidelidade a este viola a fidelidade devida a Jeová, desobedecendo às Escrituras (Esdras 7:26; Mateus 22:21; Romanos 13:1; Tito 3:1; I Pedro 2:13-14).

HERESIAS DA INSTITUIÇÃO CATÓLICO-ROMANA

 

REJEIÇÃO DA BÍBLIA

As heresias da instituição católico-romana foram adotadas através dos séculos da sua existência, mediante seus concílios, decretos e bulas papais que, para ela, são sua regra de fé, superando a Bíblia. A divergência tornou-se tão grande que a posse e leitura da Bíblia passou a ser proibida aos leigos em 1229, e a ninguém é permitido interpretá-la, isto é, nas incontáveis vezes em que a Palavra de Deus claramente condena suas heresias, a instituição diz que a interpretação verdadeira é outra, misteriosa. A Bíblia é a maior inimiga do romanismo, pois evidencia sua falsidade e corrupção.

BLASFÊMIAS

A atitude de orgulho e soberba dessa instituição faz com que ela passe facilmente a blasfemar. Por exemplo:

  • O papa Pio X uma vez declarou que o Papa não só é o representante de Jesus Cristo, mas é o próprio Jesus Cristo, escondido debaixo do véu da carne.
  • Na lei canônica romana, as seguintes palavras apareceram em 1685 (Paris, Papa João XXII): crer que nosso Senhor Deus o Papa não tem poder para decretar como tem decretado, é heresia. As palavras "nosso Senhor Deus o Papa" aparece em outros lugares, incluindo uma edição da lei canônica de 1580 publicada por Gregório XIII.
  • Escritores da lei canônica dizem que o papa e Deus são o mesmo, por isso ele tem todo o poder no céu e na terra.
  • O papa Nicolau I declarou que o nome de Deus fora conferido por Constantino ao papa que, sendo Deus, não pode ser julgado por homens.

IDOLATRIA

A Palavra de Deus diz: "não farás para ti imagem de escultura ... não as adorarás, nem lhes darás culto" (Êxodo 20:4) e "filhinhos, guardai-vos dos ídolos" (I João 5:21). O catecismo do concílio de Trento diz: "é lícito ter imagens na igreja, honrá-las e adorá-las. As imagens dos santos são também colocadas nas igrejas, para que sejam adoradas". O credo do Papa Pio IV ensina: "eu firmemente assevero que a imagem de Cristo, da Mãe de Deus, sempre Virgem, e também dos outros santos devem ser tidos e retidos, e que a devida honra e veneração lhes seja dada".

O PURGATÓRIO

Esta doutrina absurda e perversa foi inventada por Gregório em 593 A.D., e tem sido uma grande fonte de renda para a instituição: mesmo tendo obtido todos os "sacramentos", segundo essa doutrina a alma do morto vai para um lugar chamado "purgatório", para sofrer o castigo que merece pelos seus pecados "venais". Seu tempo ali pode ser abreviado mediante missas, pagas por seus parentes e amigos em favor de sua alma.

MEDIADORES

Enquanto a Palavra de Deus nos diz que "há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo o Homem" (I Timóteo 2:5), a instituição católico-romana mente que Maria não somente é advogada e mediadora, mas é mais compadecida que o próprio Senhor Jesus Cristo; ainda diz que ela é a intermediária através de quem as graças de Deus são distribuídas aos homens, e assim como ninguém vai ao Pai a não ser pelo Filho, ninguém vai ao Filho a não ser pela sua mãe. Os intermediários impostos por ela são muitos: os santos, os papas, os cardeais, os bispos e os sacerdotes da instituição romana.

A MISSA

A Palavra de Deus nos ensina que Cristo se ofereceu, uma só vez, como sacrifício pelos nossos pecados para sempre, estando agora sentado à mão direita de Deus (Hebreus 9:28, 10:12,14, etc.): segundo os romanistas, em cada missa há um novo sacrifício de carne e sangue de Cristo, oferecido a Deus pelos pecados, tanto de vivos como de mortos.

CONFISSÕES

A obrigatoriedade de confessar os pecados a um padre foi introduzida pelo papa Inocêncio III em 1215 A.D., bem como a pena de punição eterna para quem não o fizer!

PERVERSIDADE

A perversidade de suas doutrinas é aparente na negação da salvação mediante a fé na obra redentora de Cristo, na comercialização blasfema das indulgências e das almas dos mortos, em seu ensino que, mesmo as criancinhas que não forem batizadas por seus sacerdotes vão diretamente ao inferno, no controle sobre seus adeptos mediante o confessionário, na perseguição até à morte de milhões de pessoas que se recusaram a submeter ao seu domínio.

DESENVOLVIMENTO DAS HERESIAS DO CATOLICISMO ROMANO ATRAVÉS DOS SÉCULOS

  1. SÉCULO 2: os presbíteros da igreja de Roma começam a se chamar de sacerdotes.
  2. SÉCULO 3: a missa sacerdotal é introduzida em Roma por Cipriano.
  3. 300: começaram as orações pelos mortos.
  4. 375: começaram a adorar e venerar anjos, "santos" mortos e a fazer imagens.
  5. 394: a missa passou a ser um ritual diário.
  6. 431: a exaltação de Maria começou a ser observada, e o uso da posição de "mãe de Deus", foi dada a ela pela primeira vez no Concílio de Éfeso.
  7. 526: Introduziu-se a prática da extrema unção.
  8. 593: a doutrina do purgatório foi inventada por Gregório. Ele também impôs o uso do latim para todas as orações e cultos.
  9. 600: o incenso começou a ser usado nos cultos. As orações a Maria, aos "santos" e aos anjos foram sancionadas.
  10. 610: o bispo de Roma foi declarado ser o "vigário" de Cristo.
  11. 709: a cerimônia de beijar o pé do papa foi introduzida.
  12. 750: o papa recebeu autoridade secular de Pepino, o rei dos francos.
  13. 786: foi aprovada a veneração da cruz, das imagens e das relíquias.
  14. 850: "água benta" foi introduzida nos batismos e benzeduras.
  15. 890: "São" José começou a ser venerado também.
  16. 927: foi instituido o Colégio dos Cardeais.
  17. 965: João 13 introduziu o "batismo dos sinos".
  18. 995: João 15 instituiu a canonização dos "santos" mortos.
  19. 998: Foi decretado o jejum nas sextas-feiras e na quaresma.
  20. SÉCULO 11: A missa foi declarada ser um sacrifício, de comparecimento obrigatório.
  21. 1.079: o celibato dos sacerdotes foi tornado obrigatório.
  22. 1.090: o rosário (de origem pagã) foi adotado por Pedro Eremita.
  23. 1.184: o Concílio de Verona inaugurou a Inquisição, com permissão do uso da tortura e da violência.
  24. 1.150: começou a venda de indulgências, prometendo reduzir o tempo no purgatório, a fim de levantar fundos para construções e monumentos.
  25. SÉCULO 12: os sete "sacramentos" foram definidos por Pedro Lombardo.
  26. 1.215: Inocente 3 definiu a doutrina da trans-substanciação e a impôs como regra-de-fé. Ele também tornou obrigatórias a confissão a um sacerdote, a penitência e a absolvição.
  27. 1220: Honório 3 introduziu a adoração da hóstia durante a missa, como se fora Deus.
  28. 1229: os leigos foram proibidos de possuírem ou lerem a Bíblia, pelo Concílio de Valência.
  29. 1251: inventou-se a escápula dos monges.
  30. 1414: o Concílio de Constança proibiu os leigos de tomarem do copo, na missa.
  31. 1439: o purgatório foi declarado dogma pelo Concílio de Florença.
  32. 1545: a tradição foi declarada ser de igual autoridade que a Bíblia, no Concílio de Trento.
  33. 1546: os livros apócrifos foram acrescentados à Bíblia no Concílio de Trento.
  34. 1560: o credo apostólico original foi substituído pelo credo escrito por Pio 4.
  35. 1854: Maria foi declarada sem pecado por Pio 9.
  36. 1864: Em seu "Silabus Severus", confirmado pelo Concílio do Vaticano, Pio 9 condenou a liberdade de religião, consciência, expressão, imprensa, e descobertas científicas.
  37. 1870: o papa foi declarado infalível em fé e moral.
  38. 1950: Pio 12 proclamou a assunção de Maria e a sua entronização como "rainha do céu".
  39. 1965: Paulo 6 declarou Maria "mãe da igreja".

 

R David Jones

A FÉ EVANGÉLICA

 

Filipenses 1:27-30

 

A fé "é a certeza de cousas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem", conforme lemos em Hebreus 11:1.

Os que ensinam heresias se aproveitam da capacidade de credulidade das pessoas que não estão firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando pelo evangelho de Cristo. A fé evangélica consiste em um conjunto de ensinos que recebemos através dos profetas, de Jesus Cristo e dos seus apóstolos, todos contidos na Bíblia, a Palavra de Deus.

Sobre a fé evangélica como um conjunto de doutrinas, lemos que:

  • Estava oculta durante o período da lei, sendo revelada por Jesus Cristo (Gálatas 3:23-24).
  • Era obedecida por muitíssimos sacerdotes, que se converteram a Cristo no início da igreja de Jerusalém (Atos 6:7).
  • Nela eram fortalecidas as igrejas, que aumentavam em número dia a dia, ao receberem as decisões tomadas pelos apóstolos e presbíteros de Jerusalém (Atos 16:4-5).
  • Era guardada, pregada e promovida pelo apóstolo Paulo, e é comum a todos os eleitos de Deus (Gálatas 1:23, 2 Timóteo 4:7, Tito 1:1-4).
  • Ela era a única base em que a igreja de Corinto, que enfrentava sérias heresias surgindo dentro dela, deveria se firmar e fortalecer (1 Coríntios 16:13).
  • Deve ser conservada com a consciência limpa (1 Timóteo 3:9).
  • Compete-nos ser sadios nela (Tito 1:13-14).
  • É necessário continuar lutando por ela, porque os adversários procuram intimidar os que a seguem (Filipenses 1:27-28).
  • Os crentes em Cristo fazem parte da família da fé (Gálatas 6:10).

A fé evangélica é um dom de Deus, fruto do Espírito Santo, dando-nos a convicção sincera daquilo que não podemos ver (João 6:29, Romanos 10:9-10, Gálatas 5:22,23, Efésios 2:8, Hebreus 11:1), como resultado da leitura da Bíblia, e da pregação do Evangelho (João 17:20, 20:30-31, Atos 15:7).

Os efeitos da fé evangélica são:

  • A remissão dos pecados (Atos 10:43).
  • A justificação do pecador (Atos 13:39).
  • Livramento da condenação (João 3:18).
  • Salvação (da pena, do poder e da presença do pecado) (Marcos 16:6).
  • Santificação (Atos 15:9).
  • Livramento da morte espiritual (João 3:18) .
  • Luz espiritual (João 12:36,46).
  • Vida espiritual (João 20:31).
  • Vida eterna (João 3:15-16).
  • Adoção (João 1:12).
  • Acesso direto a Deus (Efésios 3:12).
  • Edificação (1 Timóteo 1:4).
  • Preservação (João 10:26-29).
  • Herança (Atos 26:18).
  • Paz e descanso (Romanos 5:1).

 

A ESPADA DO ESPÍRITO: A PALAVRA DE DEUS

 

Efésios 6:10-17

Ao estudarmos as heresias das seis religiões que se dizem cristãs mais importantes hoje (católico-romanas, os russelitas, os adventistas, os carismáticos, os mórmons e os espíritas), notamos suas características principais:

  • um "novo evangelho", ou seja, uma ou mais novidades acrescentadas à Bíblia: dogmas e bulas papais, ensinamentos dos "padres da igreja", filosofias humanas, novas "revelações" em sonhos e visões, "profecias", um segundo "batismo do Espírito Santo", a "tradução" de texto escrito em "tabuinhas de ouro" reveladas por um "anjo". (Marcos 7:9-13, João 12:48, Gálatas 1:8, 1 Tessalonicenses 2:13, Apocalipse 22:18-19.)
  • distorção do texto sagrado, modificando o significado real do original, para apoiar suas teorias estranhas. (Provérbios 30:5-6, Deuteronômio 4:2, Mateus 4:6, 22:23-29, 2 Coríntios 2:17, 4:2, Gálatas 1:7, 2 , 2 Timóteo 4:3-4, 2 Pedro 3:15-17).

Tendo colocado a Palavra de Deus de lado, ou transformado sua mensagem, heresias das mais ridículas, absurdas e blasfemas passaram a ser difundidas, com o objetivo satânico de interpor uma barreira entre o povo e a comunhão com Deus mediante a fé em Cristo, e o da promoção do interesse financeiro dos que as proclamam.

No entanto a Bíblia é a Palavra de Deus, a Palavra da Verdade, os Oráculos de Deus, a Palavra, as Escrituras Sagradas, a Espada do Espírito, e As Escrituras dos Profetas, como ela mesmo proclama. (Romanos 1:2, 3:2, 16:26, Efésios 6:17, Hebreus 4:12, Tiago 1:18, 21-23).

Ela tem toda a autoridade, é inspirada por Deus, opera eficazmente nos crentes, é a verdade, é perfeita, é cortante discernindo os pensamentos e propósitos do coração e é pura. (Salmo 19:7, 119:160, Provérbios 30:5, Jeremias 23:29, 1Tessalonicenses 2:13, 2Timóteo 3:16, Hebreus 4:12; 1Pedro 4:11).

Quando lemos que ela é inspirada por Deus, em 2 Timóteo 3:16, a palavra usada no original grego é theopneustos, que significa respirado por Deus: cada palavra no original é de origem divina. Nunca lemos que os autores eram inspirados, o que poderia nos levar a pensar, como querem os que ensinam heresias, que os autores teriam sido inspirados a escrever idéias próprias. Como lemos em 2Pedro 1:21 "nunca, jamais, qualquer profecia foi dada for vontade humana, entretanto homens santos falaram da parte de Deus movidos pelo Espírito Santo": aqui "profecia" não quer dizer apenas revelação de eventos futuros, mas inclui a transmissão de toda a mensagem que procede de Deus, ou seja, a Bíblia inteira.

Muitas passagens da Bíblia começam com as palavras "assim diz o Senhor", "ouçam a Palavra do Senhor" e outras semelhantes. Ezequiel diz cerca de sessenta vezes que o que está escrevendo são as "palavras de Deus". Nos quatro breves capítulos de Malaquias, o último livro do Velho Testamento, "diz o SENHOR dos Exércitos" aparece vinte e quatro vezes. O apóstolo Paulo declara, depois de afirmar que somente o Espírito de Deus conhece as cousas de Deus, que ele falava, "não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito" (1 Coríntios 2:13, João 16:13).

O conteúdo da Bíblia é confirmado pelo cumprimento de suas profecias (João 5:39, 45-47, Hebreus 2:1-4) e sua infalibilidade (João 10:35). Toda a Bíblia, curiosamente, no seu original pode ser convertida em algarismos, e eles formam uma rede complexa mas bem ordenada composta do número sete, que liga suas frases, seus parágrafos e seus livros na língua em que foram escritos: é o único livro no mundo em que isto acontece e nenhuma mente humana é capaz fazer coisa igual! O nome Jesus Cristo tem o valor numérico de 749: sete e depois sete vezes sete.

O caráter de "respirado por Deus" pertence unicamente aos livros da Bíblia. Seja o que for que é dito por homens depois que foi escrito o Apocalipse - o último livro a ser escrito - nada mais foi dado por revelação, nem são palavras comunicadas pelo Espírito Santo. Sua única autenticidade e autoridade está na medida em que se conformam com a própria Bíblia. Nenhuma pessoa ou igreja tem qualquer direito de reivindicar para si a autoridade que só existe na Palavra de Deus.

A Bíblia é a mensagem divina para a humanidade, e não é privilégio apenas dos eruditos, dos clérigos e dos intelectuais lerem a sua mensagem: foi escrita para todos. Ela é compreendida mediante o ensino do Espírito Santo, que habita todo o crente, mediante exame detalhado do seu conteúdo, mediante o uso da razão, mediante comparação entre as diversas passagens que tratam do mesmo assunto, ouvindo ensino dos mais experientes, mas conferindo sempre as Escrituras para ver se o ensino é certo (João 5:39, Atos 17:2, 10-12, 1 Coríntios 2:10-14, 2 Pedro 1:20-21).

A leitura, compreensão e aplicação da Palavra de Deus têm como resultado a prova que o Cristo é Jesus, a salvação, a regeneração para uma vida nova, a purificação do nosso caráter, a iluminação do nosso caminho, o crescimento espiritual e a derrota do diabo (Salmo 119:9,11,105, 130, João 17:17, 20:31, Atos 18:28, 20:32, Efésios 6:16,17, 2 Timóteo 3:15, Hebreus 4:12, 1 Pedro 1:23).

Ela mesma nos ensina que deve ser lida diariamente, amada e guardada com alegria no coração, recebida com humildade, obedecida, e ensinada até às crianças (Deuteronômio 11:19,17:19, Salmo 1:2,119:11,97,113,167, João 15:7, Atos 17:11, Colossenses 3:16, Tiago 1:21-22.).

 

R David Jones

A SIMONIA

 

Atos 8:9-25

Simão era um nome comum nos tempos do início da igreja de Cristo, e muitas tradições e lendas surgiram em torno do personagem mencionado nesta passagem bíblica, que veio a ser apelidado de “o Mago”. Em português e algumas outras línguas derivou-se dessa pessoa a palavra “simonia”, que significa a comercialização de coisas espirituais, ou temporais ligadas às espirituais.

Este homem, e muitos outros antes do tempo em que o gnosticismo se intensificou, praticava mágica ou feitiçaria que explorava a superstição e credulidade do povo em Samaria, ganhando para si fama e muito dinheiro. O povo dizia que ele era o “Grande Poder de Deus”, uma centelha da maior divindade, impersonificando o próprio Deus.

Mas muitos do povo creram em Filipe quando veio pregando sobre o Reino de Deus e o nome de Jesus Cristo, e foram batizados. Também Simão, que se apegou a Filipe, admirado com o que este podia fazer. Pelo que se seguiu, entendemos que Simão não havia realmente se convertido e só queria descobrir como Filipe fazia os milagres.

Quando os apóstolos, todos em Jerusalém, souberam do que estava acontecendo em Samaria, enviaram Pedro e João para lá. É interessante ver que a decisão foi tomada em grupo: estes dois notáveis apóstolos não agiram por conta própria. Ao chegarem lá, notaram que o Espírito Santo não havia descido sobre nenhum dos samaritanos, diferentemente dos judeus convertidos, sobre os quais Ele vinha logo depois da sua conversão e batismo (Atos 2:38).

Pedro e João, portanto, oraram pedindo que esses samaritanos recebessem o Espírito Santo, e lhes impuseram as suas mãos, um sinal de solidariedade usado entre os judeus. Os samaritanos então receberam o Espírito Santo.

A Bíblia não explica porque, embora tenham crido e sido batizados, os samaritanos não receberam logo o Espírito Santo como os judeus estavam recebendo, mas é provável que fosse para manifestar a comunhão de judeus e samaritanos na igreja de Cristo. Os judeus não se davam com os samaritanos, e para que essa separação não continuasse na igreja, antes de lhes dar o Seu Espírito, Deus enviou os apóstolos para orar pelos samaritanos, e colocarem suas mãos sobre eles para provar que participavam do mesmo Espírito. Nada se diz sobre o dom de línguas, como se fosse prova do dom recebido.

Fica claro aqui que passar pelas águas do batismo ou qualquer outra cerimônia não salva, não faz com que o Espírito Santo entre na vida de uma pessoa, muito menos o faz um membro da igreja de Cristo.

Evidentemente Simão não se encontrava entre aqueles sobre quem os apóstolos haviam orado e imposto suas mãos, e não entendeu o seu significado. Ao ver aquilo, julgou que o Espírito Santo era dado assim (não era, veja-se o exemplo de Cornélio em Atos 10:44). Sua cobiça imediatamente lhe deu uma ideia que achou lucrativa: comprar esse poder dos apóstolos, pois pensava que ao apoderar-se dele teria a oportunidade de enriquecer-se ao vendê-lo para outros por bom preço, como decerto fazia com a sua mágica e manteria o seu prestígio que agora estava em jogo.

Apesar da sua confissão de fé e batismo, Simão cria que “tudo tem um preço” com se diz hoje em dia. É normal num mundo de subornos, materialismo e procura de riquezas. Mas Simão foi surpreendido com uma repreensão severa de Pedro.

Pedro viu, pela proposta que lhe fora feita, que o coração de Simão não era reto diante de Deus apesar da sua confissão de fé e batismo, e estava destinado à perdição eterna (João 3:16). Ele realmente não havia se convertido, pois:

  • Estava destinado à perdição eterna: “vá tua prata contigo à perdição” (nenhum verdadeiro crente irá para a perdição – João 3:16).

  • Não estava em comunhão com a igreja: “Tu não tens parte nem sorte neste ministério”.

  • Não havia acolhido a Palavra de Deus: “seu coração não era reto diante de Deus” (Lucas 8:15).

  • Demonstrava falta de regeneração: estava em “fel de amargura, e em laços de iniquidade”.

O poder do Espírito Santo nunca esteve à venda. Tampouco outras bênçãos de Deus, como a prosperidade material nesta vida, podem ser compradas. No reino de Deus, do qual fazem parte os que foram santificados pela graça de Deus mediante a fé em Cristo Jesus aqui na terra, todos têm o Espírito Santo. Simão não O tinha, e Pedro lhe disse que precisava arrepender-se e rogar ao Senhor para que lhe fosse perdoado por ter tido essa ideia cobiçosa. Pedro ainda parecia estar em dúvidas se Simão alcançaria o perdão de Deus.

Deus é bondoso, compassivo e de grande benignidade (Salmo 145:8). O Senhor Jesus ensinou que “Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada” (Mateus 12:31). Estaria Pedro pensando que Simão talvez tivesse cometido este pecado? Pedro deixou aberta a esperança de perdão, se Simão se arrependesse e rogasse perdão ao Senhor. Simão se assustou, mas não deu sinal de arrependimento, apenas pediu que os apóstolos interviessem a favor dele e rogassem ao Senhor para que o castigo que Pedro mencionara não viesse sobre ele. Ficou evidente que Simão nunca havia mudado a sua vida, e continuava no seu caminho distante de Deus, apesar da sua profissão de fé e batismo.

É a atitude de multidões que não querem um compromisso pessoal com Deus, e recorrem à intermediação de falsos sacerdotes, e a “santos” mortos etc., tentando assim obter o perdão dos seus pecados. Mas o Senhor Jesus disse claramente: “Quem não crer (no Evangelho) será condenado” (Marcos 16:16). A salvação não está à venda, e Deus é justo e punirá os que rejeitarem o perdão dos seus pecados mediante a fé em Jesus Cristo.

Nada mais sabemos sobre Simão, o Mago, pois seu nome não aparece mais nas Escrituras Sagradas. Mas o relato feito a respeito dele é um alerta solene que ressoa através dos tempos contra a simonia, tão em voga em nossos tempos quando o mercantilismo com as coisas de Deus enche os templos dos vendedores de prosperidade e outras “graças”. Alcançarão eles o perdão de Deus mediante o arrependimento? O apóstolo Pedro não tinha certeza disto no caso de Simão.

Tenhamos todo o cuidado para que esse mal terrível não entre em nosso meio.

 

R David Jones

A PROFECIA E OS PROFETAS DE DEUS

 

Quem mostrou isso desde a antiguidade? Quem de há muito o anunciou? Porventura não sou eu, o Senhor? Pois não há outro Deus senão eu; Deus justo e Salvador não há além de mim.” (Isaías 45:21).

A verdadeira profecia consiste em uma mensagem proveniente de Deus que foi dada através de um mensageiro para o conhecimento dos homens. Ela não se limita à revelação de acontecimentos futuros, mas também inclui advertências concernentes às situações contemporâneas.

A profecia é uma evidência da onisciência de Deus, em vista do seu cumprimento perfeito na ocasião adequada,  às vezes em ocasião claramente predeterminada. Nenhum outro ser, seja ele angélico ou humano, tem esse atributo.

Destacamos as seguintes características da verdadeira profecia:

  1. A verdadeira profecia não procede da interpretação particular de alguém (2 Pedro 1:20), e nunca foi produzida por vontade dos homens (2 Pedro 1:21).

  2. Foi anunciada desde a antiguidade (Lucas 1:70).

  3. Deus deu a profecia através de Cristo, e nos foi transmitida por Ele na forma de dom do Espírito Santo (Apocalipse 1:1, Efésios 4:11, Apocalipse 11:3, 1 Coríntios 12:10).

  4. Pode-se confiar nela, pois revela a realidade, como uma candeia que alumia em lugar escuro (Isaías 44:26, Atos 3:18).

  5. Cristo é o assunto principal (Atos 3:22-24, 10:43, 1 Pedro 1:10,11).

  6. Deus a cumpre, assim como a profecia concernente a Cristo tem sido cumprida fielmente ((2 Pedro 1:19, Lucas 24:44).

  7. A profecia é para o benefício das gerações futuras (1 Pedro 1:12).

A verdadeira profecia não deve ser desprezada, ao contrário, convém estarmos atentos e crermos nela pois ao ler, ouvir e guardar a profecia seremos abençoados (1 Tessalonicenses 5:20, 2 Pedro 1:19, 2 Crônicas 20:20, Apocalipse 1:3, 22:7).  Ela deve ser conservada intacta, pois haverá punição aos que acrescentarem ou tirarem algo dela (Apocalipse 22:18 e 19).

A curiosidade humana estimula a falsa profecia, e ela pode ser detectada porque não tem as características da verdadeira, listadas acima. A Palavra de Deus, que chamamos Bíblia, está completa e nela somos prevenidos:

“Se se levantar no meio de vós profeta, ou sonhador de sonhos, e vos anunciar um sinal ou prodígio,  e suceder o sinal ou prodígio de que vos houver falado, e ele disser: Vamos após outros deuses - deuses que nunca conhecestes - e sirvamo-los! Não ouvireis as palavras daquele profeta, ou daquele sonhador; porquanto o Senhor vosso Deus vos está provando, para saber se amais o Senhor vosso Deus de todo o vosso coração e de toda a vossa alma. Quando o profeta falar em nome do Senhor e tal palavra não se cumprir, nem suceder assim, esta é a palavra que o Senhor não falou; com presunção a falou o profeta; não o temerás.” (Deuteronômio 13:1-3, 18:22).

Deus comunicou a profecia muitas vezes e de muitas maneiras ao povo de Israel através de  homens escolhidos por Ele, que por isso são conhecidos como os “profetas” (Oséias 12:10), mas na Bíblia também são chamados de:

  1. atalaia de Israel” (Ezequiel 3:17, 33:7).

  2. homem de Deus” (1 Samuel 9:6), ou “santos homens de Deus” (2 Pedro 1:21).

  3. mensageiros” (do original hebraico “mal'ak” traduzido também como “anjo” em outros lugares, conforme indicado pelo contexto ou preferência do tradutor). (2 Crônicas 36:15).

  4. profetas de Deus” (Esdras 5:2).

  5. santos profetas” (Lucas 1:70, Apocalipse 18:20, 22:6).

  6. servos de Deus” (Jeremias 35:15).

  7.  “vidente” (1 Samuel 9:9, etc.)

Os profetas eram mensageiros, portanto simplesmente transmitiam o que recebiam de Deus. Tinham que ser corajosos e destemidos (Ezequiel 2:6, 3:9), vigilantes e fiéis (Ezequiel 3:17-21), receber a mensagem com atenção (Ezequiel 3:10), nada dizer além do que receberam de Deus (Deuteronômio 18:20) mas declarar tudo o que Deus lhes havia comandado dizer (Jeremias 26:2).

Portanto, nunca modificavam ou tiravam alguma parte da profecia ou davam largas à sua própria imaginação para acrescentar detalhes. O que diziam era o que Deus dizia. Por isso podiam dizer com toda a verdade “Assim diz o Senhor” (essa frase aparece 407 vezes no Velho Testamento). 

No Velho Testamento, nos tempos dos reis de Israel, os profetas tinham escolas (1 Reis 20:35, 2 Reis 2:3-15, 4:1,38, 9:1), aconselhavam os reis (Isaías 37:1-7), escreviam suas crônicas (1 Crônicas 29:29), eram perseguidos, aprisionados e martirizados (Hebreus 11:32-40) pois, como declarou o Senhor Jesus “Em verdade vos digo que nenhum profeta é aceito na sua terra” (Lucas 4:24). Os profetas de Deus manifestavam notável integridade moral e coragem física porque tinham uma fé dinâmica no SENHOR.

Deus falava aos profetas de várias maneiras, frequentemente em visões e usava parábolas (Oséias 12:10), para revelar o Seu segredo a eles (Amós 3:4). Falou em voz audível (Números 12:8, 1 Samuel 3:4-14), usou anjos como portavozes (Daniel 8:15-26, Apocalipse 22:8-9), e falava em sonhos e visões (Números 12:6, Joel 2:28).

Por sua vez, os profetas também transmitiam a mensagem recebida de Deus de várias maneiras para aqueles a quem era destinada, sempre movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:21) em nome do Senhor (Tiago 5:10). Às vezes transmitiam a mensagem em forma de poesia cantada (Deuteronômio 32:44, Isaías 5:1), usavam instrumentos musicais (1 Samuel 10:5, 2 Reis 3:15-19), faziam uso de parábolas e enigmas (2 Samuel 12:1-6, Ezequiel 17:2-10), faziam uma ilustração em que às vezes atuavam (Isaias 20:2-4, Jeremias 19:1,10-11, Ezequiel 4:1-13, Oséias 1:2-9, Atos 21:11).

Além de dar a notícia de acontecimentos futuros, a profecia de Deus pode conter admoestações e prevenções, por exemplo sobre a apostasia (1 João 2:19, Judas 1:17-18), os falsos mestres (2 Pedro 2:3), as tribulações das igrejas (Apocalipse 2:10). Havia profecias que abalavam os profetas emocionalmente (Jeremias 23:9, Ezequiel 3:14,15). 

Deus falou aos homens mediante profecias até que a última profecia foi ditada a João na ilha de Patmos, que conhecemos como o livro do Apocalipse. Esta é “a revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e, enviando-as pelo seu anjo, as notificou a seu servo João” (capítulo 1:1).

Ela nos previne solenemente “Eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro: Se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus lhe acrescentará as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus lhe tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão descritas neste livro.

Portanto a profecia de Deus está completa. Qualquer outra que aparecer não provém de Deus, mas é falsa e mentirosa.

A PRÁTICA DA FÉ

 

Tiago 2.14-26

A verdadeira fé salvadora em Cristo mostrar-se-á inevitavelmente no caráter e na conduta do crente, produzindo obras de obediência e de amor - isto é, de obediência a Deus e de amor para o próximo. Sem essas obras, a "fé" professada será somente de boca ou da mente.

Na verdade, nenhum descrente pode trazer tanto descrédito ao ministério do Evangelho como um "crente" que tem mau testemunho - cujas obras não correspondem à sua profissão de fé.

A FÉ MORTA 14-17

Eis uma espécie de fé que é somente teórica ou intelectual, mas sem contato real com Deus. A pessoa crê que a Bíblia é certa, que o Evangelho a respeito de Jesus e a salvação (ou a perdição) é a verdade, pode dizer-se "crente" e ser membro de uma igreja - porém não se vê na sua conduta evidência alguma do senhorio e do amor de Cristo. Tal pessoa "crê" tudo, como doutrina, mas não permite que a sua "crença" guie a sua vida; não "nasceu de novo" - a sua fé é tão inútil como a "caridade" que se condói, em palavras do necessitado, mas embora podendo, nada faz para aliviá-lo.

A FÉ INOPERANTE 18-20

A fé que é somente intelectual, aceitando a existência de Deus e a verdade da Escritura, não é melhor do que a crença dos demônios; eles sabem que Deus existe e que a Sua Palavra é a verdade - mas não são por isso salvos e tremem na contemplação do seu destino horrível.

Os "pagãos" têm muitos "deuses", aos quais servem por medo. A Escritura diz que estes "deuses" são realmente demônios (1a. Coríntios 10.19-20); todavia, há "cristãos" que dizem, indignados que "não são pagãos", porém a sua fé não vai além da dos demônios: crêem em Deus, mas não O amam, nem a Ele obedecem.

A fé que não se mostra por meio de uma vida convertida, por meio de um amor que obedeça à vontade de Cristo - tal fé é inoperante para a salvação, pois o seu possuidor nunca recebeu a Jesus Cristo como SENHOR da sua vida (Tomanos 10.9). Cristo não vive nele (Gálatas 2.20).


A FÉ JUSTIFICADORA 21-26

Neste trecho, Tiago mostra dois exemplos, tirados do Velho Testamento, de pessoas cuja fé em Deus foi claramente demonstrada pelas obras que fizeram como crentes - não para se salvarem, mas como resultado de já serem salvas. Tanto Abraão como Raabe eram crentes em Deus antes de fazerem as obras mencionadas aqui por Tiago - veja Gênesis 15.16; Josué 2.9-11. Esta sua fé salvadora, já conhecida por Deus, foi revelada aos homens pelas obras que ela produziu neles em certas circunstâncias - pela prontidão de Abraão em preparar-se para oferecer a seu filho Isaque em holocausto a Deus e pela ajuda que Raabe deu aos espias israelitas, arriscando assim a própria vida dela.

Estas "obras" não salvaram a Raabe nem a Abraão, pois "pelas obras ninguém se salva" (Romanos 3.20) - mas eram a prova ou o fruto da fé por meio da qual já tinham sido salvos; eram as "boas obras" que achamos na exortação de Mateus 5.16 - "brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus" e em 1a Pedro 2.12 - "mantendo o vosso procedimento no meio dos gentios para que naquilo que falam contra vós como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação".

Assim, Pedro, Tiago, Paulo e João estão de acordo neste assunto:

  • "Somos feitura dEle (de Deus) criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas" (Efésios 2.10).
  • "Nós O amamos, porque Ele nos amou primeiro" (1a. João 4.19).
  • "Observando-vos em vossas boas obras" ( 1a. Pedro 2.12).
  • "Assim como o corpo sem o espírito está morto, assim também a fé sem obras está morta" (Tiago 2.26).

Que a nossa fé seja viva e operante, produzindo os frutos que serão para a glória de Deus.


Richard Dawson Jones (1895 - 1987)

JUGO DESIGUAL

 

“Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Coríntios 6:14)

Na expressão "jugo desigual" há uma figura de linguagem que se baseia na forma em que animais são emparelhados e atrelados para puxar uma carroça ou arado na agricultura primitiva.

O jugo, que talvez conheçamos melhor por canga, é uma peça de madeira assentada sobre o pescoço dos animais, geralmente bois, para mantê-los submissos e obedientes a quem os conduz.

Para o conforto dos animais e a fim de permitir o aproveitamento melhor de cada um, é importante que sejam de natureza e porte iguais. Em Deuteronômio 22:10 foi proibido aos israelitas emparelhar um boi com um jumento para lavrar. São animais de porte e natureza diferentes, além do que o boi era um animal “limpo”, permitido para alimento e sacrifícios ao Senhor enquanto o jumento era “impuro”, proibido para essas coisas.

Por analogia, em sentido figurado, jugo representa uma sujeição imposta pela força ou autoridade, mesmo opressão, e também representa um vínculo de submissão e obediência resultante de determinado tipo de convenção.

No trecho que vai do versículo 11 a 18 do sexto capítulo da sua carta aos coríntios, Paulo reclama que, embora tivesse seu coração aberto para os coríntios, desejando estreitá-los em seus braços, eles se achavam esquivos, presos aos seus próprios afetos. Seu apelo foi para que deixassem seus laços com a idolatria, os pecados da sua velha natureza humana e o mundanismo em que estavam envolvidos.

Era um jugo desigual, ao qual estavam presos por suas afeições, e que exigia sua lealdade embora esses parceiros fossem “imundos”: totalmente incompatíveis com o alimento espiritual e o sacrifício de seus corpos a Deus que era o seu culto racional.

Saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; e não toqueis nada imundo, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Senhor Todo-poderoso” (vs.17,18).

O crente tem uma nova natureza que lhe é dada ao nascer de novo quando morre para si mesmo e passa a viver para Cristo ao converter-se. Ele continua no mundo, mas já não mais pertence ao mundo. Sua lealdade agora é para com Cristo, seus ideais consistem em seguir os caminhos de Deus e obedecer aos seus mandamentos. Já é uma nova criatura e é tão diferente dos incrédulos como é o boi do jumento, naquela figura.

Paulo contrasta justiça com injustiça, luz com trevas, Cristo com Belial (o diabo é entendido aqui), fiel com Infiel, templo de Deus (o crente) com ídolos (o incrédulo). São perfeitos antônimos em lingüística, denominando pessoas ou coisas de qualidades totalmente opostas. Assim difere o verdadeiro crente do incrédulo empedernido. É impossível haver concordância entre eles. Como então explicar como um crente pode não só consentir mas ter gosto em vincular-se, e assim restringir a sua liberdade, com essas pessoas ou coisas?

Como os crentes de Corinto, ele poderá já de início encontrar-se emparelhado com os incrédulos, em vínculos de submissão e obediência a religiões falsas, sociedades maliciosas e escusas, convenções mundanas, e outros similares. Essa parceria e submissão são altamente prejudiciais às suas obrigações para com o seu Senhor e Mestre, à sua integridade, e aos padrões elevados que lhe convém manter.

Na sua primeira carta aos coríntios Paulo havia explicado que o crente não se deve isolar dos descrentes, apesar da sua natureza pecaminosa, porque para isso teriam que sair do mundo (1 Coríntios 5:9,10). Também não deveriam deixar os seus cônjuges incrédulos se estes concordassem em continuar vivendo com eles (1 Coríntios 7:12,13). Os crentes têm que ser testemunhas ativas de Cristo no meio dos infiéis, pois são o sal ou a luz no mundo.

Mas vincular-se em submissão ao mesmo jugo que eles é diferente: Paulo define a liberdade do crente como “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm … eu não me deixarei dominar por nenhuma … nem todas as coisas edificam” (1 Coríntios 6:12, 10:23). A simples convivência é diferente da vinculação a uma submissão ou obediência, mediante uma convenção junto com eles.

O jugo pode ser decorrente de uma obrigação legal, como o serviço militar. Paulo não pode estar se referindo a isso, uma vez que ensinou que devemos obedecer à autoridade constituída em nosso país. Existem ainda, hoje em dia, associações para diversas finalidades e muitas não são prejudiciais ao testemunho cristão nem impingem sobre a liberdade do crente, por exemplo alguns clubes esportivos, alguns hospitais e sociedades beneficentes, associações profissionais, etc, nos quais os crentes podem exercer uma influência positiva sem incorrer em restrições ao seu testemunho.

Paulo está, sem dúvida, condenando aqui as associações pessoais ou sociais feitas de espontânea vontade com os incrédulos, quando, longe de edificar a vida espiritual do crente, elas cerceiam ou mesmo prejudicam o testemunho da sua fé. Ao pertencer, o crente estará sendo dominado por elas.

O mandamento é “saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor”. Evidentemente, muito menos ainda podemos começar por entrar, depois de ter sido recebidos como filhos de Deus. Devemos fazer de tudo que estiver ao nosso alcance para evitar situações em que nossa lealdade seja dividida, pois nossa dedicação a Deus deve ser integral.

Nossa cultura e civilização contemporânea é anti-Deus, e é por isso que nós, os filhos de Deus, não podemos amá-las. Muitos de nós vivemos no mundo de negócios, muitos temos mesmo que andar dentro de um ambiente social, mas não precisamos ser parte dele. Antes costumávamos obedecer ao sistema do mundo, viver nele, e apreciá-lo, mas agora somos filhos de Deus e vamos obedecê-Lo. Isto significa odiar o mundo, como Paulo disse: “Mas longe esteja de mim gloriar-me, senão na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu, para o mundo” (Gálatas 6:14). Uma cruz o separava deste sistema mundial satânico, e ele se gloriava nessa cruz mediante a qual o mundo havia morrido para ele, e ele para o mundo.

O mundo está passando - vai chegar a um fim, assim como as trevas vão se dissipar (1 João 2:8) - mesmo a sua concupiscência. Mas aquele que persevera em fazer a vontade de Deus permanece eternamente: ele está fazendo aquilo que é permanente, tem estabilidade, e vai durar por toda a eternidade.

Sejamos perspicazes para aprender de Deus como viver no mundo sem ser parte dele!